Quando Voltar ao Treino? Considere a Amplitude Articular
- Blog Prof. Wellington Lunz

- 10 de jun.
- 4 min de leitura
Atualizado: 30 de out.
Resumo: a maioria sabe prescrever treino para hipertrofia. Mas isso não garante o sucesso hipertrófico. O segredo do sucesso hipertrófico está em saber identificar quando se deve reestimular o músculo. Ou seja, após uma sessão de treino, quando treinar novamente? Este é quarto de seis posts onde ensino quais são os MARCADORES que devemos usar para julgar se o músculo deve ser treinado novamente. Um desses marcadores é a 'amplitude articular ou mioarticular'.

No post Aprenda a identificar o momento de treinar novamente eu introduzi a importância de se compreender o momento certo de treinar novamente.
Eu concluí o post dizendo que existem pelo menos 5 marcadores para essa tomada de decisão, mas uso apenas 4 deles.
Já escrevi sobre dois deles (aqui e aqui), e hoje falarei rapidamente do terceiro marcador. Trata-se da ‘amplitude articular restabelecida'.
Após uma sessão de treino é comum ocorrer diminuição da amplitude articular. E o comportamento curso-temporal da recuperação pós-perda da amplitude articular é muito similar ao que ocorre com a força muscular (Peake et al., 2017).
É exatamente por esse comportamento similar que se infere que o comportamento da amplitude articular possa ser usado para inferir a condição do músculo treinar novamente.
Por exemplo, se uma pessoa treinou supino, o qual envolve dinamicamente as articulações do ombro, cotovelo e cintura escapular, deve-se voltar a treinar apenas quando a flexibilidade dessas articulações estiver restabelecida.
Como carecemos de evidência direta disso, penso que a sondagem direta da força muscular, como descrevi em um post anterior (aqui), seja, por ora, um marcador mais valioso.

De qualquer modo, testar a amplitude articular é interessante, porque, se houver danos teciduais ainda não recuperados, certamente esse alongamento muscular provocará dor ou desconforto, a qual, como dito no post anterior (aqui), deve-se respeitar.
Aliás, aproveito para reforçar que esses marcadores que estou citando não precisam ser usados de forma isolada. Pode-se (e provavelmente seja mais confiável) usar mais de um para tomar decisão.
Por exemplo, pode-se primeiro verificar se a pessoa está com dor espontânea. Caso não, pode-se fazer alongamento muscular para identificar se a pessoa sente dor antes de alcançar sua amplitude articular normal.
Às vezes, a pessoa não sente nem dor espontânea e nem estimulada, o que poderia ser sugestivo de recuperação. Entretanto, se ela não conseguir produzir a mesma força nos exercícios de sondagem (falei sobre nesse post aqui), sugere que a recuperação ainda não foi plena.
Minha sugestão é que você avalie esses marcadores do mais simples para o mais trabalhoso. E outro marcador simples é o que explicarei no próximo post, o qual podemos chamar de 'recuperação percebida'.
Então é isso, amiga e amigo... Obrigado por ler até aqui. E quem quiser receber as novas postagens deste Blog, basta clicar aqui para se inscrever na Newsletter.
Lunz, W. Quando treinar novamente? Considere a amplitude articular. Ano: 2025. Link: https://www.wellingtonlunz.com.br/post/quando-treinar-o-musculo-novamente [Acessado em __.__.____].
Segue agora algumas questões e respostas resumidas:
A amplitude articular serve como sinal de recuperação?
Sim, porque a perda de amplitude articular está associada aos danos musculares e danos do tecido motor passivo (ex: tendões, ligamentos, cápsulas, bursas, etc.).
Quando treinar o mesmo músculo de novo?
Não existe um tempo fixo. Dependerá da recuperação do desempenho, microlesões, dor e amplitude articular, e do status da recuperação percebida. Amplie seu conhecimento sobre o assunto lendo esse post aqui.
Qual critério usar para decidir quando treinar o mesmo músculo novamente?
Os marcadores mais indicados são: recuperação do desempenho, das microlesões, da dor e da amplitude articular, e o status da recuperação percebida. Amplie seu conhecimento sobre o assunto lendo esse post aqui.
Quando devo retomar ao treino?
Quando estiver completamente recuperado. E para saber quando está recuperado, alguns marcadores são fundamentais, como: recuperação do desempenho, microlesões, dor e amplitude articular, e do status da recuperação percebida. Amplie seu conhecimento sobre o assunto lendo esse post aqui.
Pode-se treinar outro grupo muscular enquanto espera a recuperação?
Sim, desde que a musculatura não recuperada não faça parte da programação do treino.
Treinar com dor muscular tardia (DOMS) é aceitável?
Não há qualquer evidência que mostre que treinar com dor seja positivo para qualquer coisa. O contrário é mais provável. A dor é um mecanismo fisiológico de proteção, exatamente porque, invariavelmente, motiva a ação de afastamento da causa da dor. E no âmbito da hipertrofia muscular, temos evidência de que danos musculares (causa provável das dores) prejudicam os ganhos de massa muscular.
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Autor: Wellington Lunz é o proprietário desse Blog e do site www.wellingtonlunz.com.br. Tem se dedicado em transmitir conhecimentos baseados em evidências em diferentes áreas do conhecimento (ex: hipertrofia muscular, treinamento de força, musculação, fisiologia do exercício, flexibilidade). É bacharel e licenciado em Educação Física, Mestre em Ciência da Nutrição e Doutor em Ciências Fisiológicas. Atualmente é Professor Associado na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Contato pelo site ou e-mail: welunz@gmail.com.br





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