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O Que é Qualidade Muscular? Entenda a Relação Com a Dinapenia

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    Blog Prof. Wellington Lunz
  • há 2 dias
  • 4 min de leitura

Resumo: a dinapenia (perda de força) preocupa mais do que a perda de massa. Qualidade muscular tem a ver com isso. Considerando a mesma quantidade de músculo, a pessoa idosa produz menos força e potência que a pessoa jovem. Isso afeta diretamente a funcionalidade, já que um idoso pode precisar de quase 90% da força máxima para levantar de uma cadeira. E o único “remédio” comprovado é o treinamento de força e potência.



o que é qualidade muscular e dinapenia

Prof. Dr. Wellington Lunz - Universidade Federal do Espírito Santo 


O envelhecimento inevitavelmente induz muitas perdas orgânicas, ainda que possamos desacelerar (veja meu post ler meu post Envelhecimento Biológico: O Treinamento Físico Pode Combater?). Num post anterior, sobre sarcopenia, eu citei muitas dessas perdas.

Algumas dessas perdas estão relacionadas ao componente neuromuscular, como: diminuição da capacidade neuromotora, aumento de fibrose e gordura muscular, atrofia e perda de fibras musculares, agrupamento de fibras, redução de unidades motoras rápidas, perda de força e potência muscular (Snijders et al.; 2020; Fleck e Kraemer, 2017; Delmonico e Beck, 2016).

O que muito preocupa no envelhecimento é a dinapenia (perda de força). Quando fazemos uma linha de tendência dos 30 aos 50 anos, a perda de força não é tão grande. Se fizermos essa linha dos 40 aos 60 anos, essa perda será maior que a anterior. Mas, de modo geral, depois dos 70 anos é que a luz fica vermelha.

Depois dos 70 anos a perda de força se acelera muito. Há estudo que registrou perda de 16% de torque (medida de força) nos músculos extensores do joelho em apenas 5 anos de envelhecimento (entre os 70 anos e 79 anos).

Nesse mesmo intervalo de tempo a perda de massa muscular foi bem menor (~ 5%) (Delmonico e Beck, 2016). E é aqui que entra o conceito de qualidade muscular.

Qualidade muscular refere-se a produção de força gerada por uma dada área ou volume de músculo (Delmonico e Beck, 2016). E isso não é igual entre pessoas jovens e mais velhas.

Se considerarmos 'x' (mesma quantidade) de massa muscular de pessoas com 70 anos e 20 anos, a pessoa mais jovem produzirá mais força e potência.

Ou seja, a mesma quantidade de músculo produz menos força e potência na pessoa mais velha. O músculo mais velho tem menos qualidade (Delmonico e Beck, 2016).

E como é a força muscular que está associada a funcionalidade física, isso preocupa muito, pois ainda que consigamos manter uma certa massa muscular, a qualidade não é a mesma que quando jovem.

Por exemplo, uma pessoa idosa pode precisar de aproximadamente 90% da força máxima dos extensores do joelho para levantar-se de uma cadeira, enquanto uma pessoa jovem não costuma precisar sequer de 50% da sua máxima força.

É exatamente por isso que a sarcopenia deixou de ser compreendida somente como perda muscular, e passou a considerar também a força muscular e a capacidade funcional (Delmonico e Beck, 2016).

E como resolver isso?

O único "remédio", por ora, é o treinamento de força e potência para pessoas mais velhas. E sobre isso recomendo meus posts:

Há também um post bem interessante (clique aqui) sobre como avaliar a capacidade funcional de pessoas mais velhas.

Em tempos de desinformação massiva e de tantos falsos experts, distinguir evidências reais das falsas é tanto emancipador quanto vital. Esse livro ensina a julgar a qualidade da evidência e a força da recomendação de qualquer artigo científico da área da saúde.

O livro oferece um sistema estruturado e didático, com:

Livro Tomada de Decisão Baseada em Evidência - Wellington Lunz

Modelo de Julgamento: um sistema quantitativo de notas (0 a 100%) em paralelo a um sistema qualitativo (muito baixo, baixo, moderado, alto e muito alto).

Separação Estruturada: um framework claro para avaliar o nível de evidência com base em 13 quesitos metodológicos, e o grau de recomendação com base em 9 quesitos formais.

Ferramenta Prática (Checklist/Planilha): O conteúdo está associado a uma planilha gratuita que orienta no julgamento da qualidade da evidência e na força da recomendação (e ainda serve como checklist).

Script para Inteligência Artificial: fiz um script para a IA ChatGPT poder julgar o nível de evidência e o grau de recomendação. Embora a IA não deva substituir o julgamento humano final, ela facilita a compreensão e diminui a chance de erro humano, pois o script foi projetada para que a IA explique a razão das notas dadas a cada quesito.

E se você quiser ver o uso prático, passo a passo, da aplicação do meu livro, acesse o post: Polilaminina: NÃO há Evidência de Cura de Paraplégicos ou Tetraplégicos.

E para mais posts, acesse https://www.wellingtonlunz.com.br/blog. Você também pode se inscrever na Newsletter para receber novos posts.

Até o próximo post!






Autor: Wellington Lunz é o proprietário desse Blog e do site www.wellingtonlunz.com.br. É bacharel e licenciado em Educação Física, Mestre em Ciência da Nutrição e Doutor em Ciências Fisiológicas. Atualmente é Professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).  



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