Polilaminina: NÃO há Evidência de Cura de Paraplégicos ou Tetraplégicos
- Blog Prof. Wellington Lunz
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Atualizado: há 4 dias

Prof. Dr. Wellington Lunz
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
A ‘hype do momento’ é a polilaminina (biomaterial sintético produzido a partir de uma proteína extraída da placenta).
Em vários jornais (e nas redes sociais) foi veiculado uma sugestiva cura de lesões medulares severas promovidas pela polilaminina.
A notícia sensacional (ou, talvez, sensacionalista?) alcançou muitos milhões. Veja algumas manchetes:
“Medicamento inédito devolve movimento a pacientes com lesão na medula (CNN brasil)”.
“Polilaminina: como estudo da UFRJ devolveu movimentos de pacientes (VEJA)”.
“Polilaminina: remédio brasileiro regenera lesão na medula (Folha de São Paulo)”.
Como se percebe pelas manchetes, os resultados prometem reversão de lesão medular gravíssima. Isso, em sendo verdade, é coisa para prêmio Nobel.
Obviamente que, como todo mundo, vibrei lendo as notícias. Principalmente porque o achado está vinculado à ciência universitária brasileira (que habitualmente é bastante séria).
Mas, após eu ler algumas reportagens, inclusive assistir à pesquisadora responsável (Tatiana Coelho‐Sampaio) comunicando achados das suas pesquisas, me dei conta de que não citavam as publicações com as tais evidências.
Buscando um pouco mais, descobri que o único artigo com humanos foi o seguinte:
RETURN OF VOLUNTARY MOTOR CONTRACTION AFTER COMPLETE SPINAL CORD INJURY: A PILOT HUMAN STUDY ON POLYLAMININ
E aí começaram minhas preocupações. E, também, foi quando tive que começar a 'recalibrar' minha expectativa.
O artigo não foi publicado numa revista peer review (revisão por pares; ou especialistas). Foi publicado numa base preprint. Numa plataforma chamada medRxiv.
Isso, por si só, não permite afirmar que o artigo seja ruim. Há muitos cientistas que publicam seus trabalhos primeiro numa base preprint, seja para registrar a produção, ou para antecipar a entrega dos conhecimentos descobertos. É uma coisa boa, se a intenção também for.
Mas, diante disso, tive que tirar as ferramentas da bolsa para investigar melhor.
Recentemente lancei o livro ‘Tomada de Decisão Baseada em Evidência: como julgar o nível de confiança e o grau de recomendação de artigos científicos na área das ciências da saúde’.

Nesse livro, eu ensino a como julgar a qualidade da evidência e o grau de recomendação de artigos científicos na área da saúde.
Como meu livro se sustenta em requisitos formais, fundamentados nas principais ferramentas internacionais de julgamento, ele permite julgar qualquer artigo da área da saúde.
Aliás, na página 189 do livro, eu criei um script para ser usado no ChatGPT (testei apenas nessa IA), de modo a auxiliar no julgamento.
Não recomendo o uso da IA sempre, e nem cegamente. Mas ela pode ajudar nas seguintes situações:
(1) artigos sobre assuntos que temos menos domínio (como é o caso aqui).
(2) como checklist, evitando que esqueçamos de julgar algo importante.
(3) como forma de confrontar com nosso próprio julgamento.
Então, para sondar, inicialmente usei esse script. E a nota que foi dada ao artigo da polilaminina, publicado como preprint, me assustou. Veja o resumo do julgamento:
Nível de evidência (0 a 100): Nota = 29; Classificação = baixa (21–40%).
Grau de recomendação (0 a 100): Nota = 53; classificação = moderada (41–60%).
OBS: O ChatGPT, baseado nos critérios do meu livro, explica detalhadamente as razões dos escores.
Depois fui confirmando item a item e fazendo meu próprio julgamento, que ficou assim:
Nível de evidência (0–100): Nota = 22; Classificação = baixa (21–40%).
Grau de recomendação (0 a 100): Nota = 75; Classificação: Alta (61–80%).
O resultado do Nível de Evidência NÃO está alinhado às manchetes jornalísticas.
E, até onde acompanhei, não percebi os responsáveis pela pesquisa empenhados em reduzir essa euforia transmitida pelos jornais. E é isso que mais me preocupa aqui.
A seguir, vou justificar minhas notas, aproveitando para te mostrar como usar meu livro no julgamento da evidência e da recomendação.
E você vai aprender na prática a importância dessa emancipação intelectual.
Eu, por exemplo, tenho uma filha com lesão medular. Então, é um tema que mexe muito comigo. Mas é essa minha emancipação cognitiva que diminui bastante a chance de eu ser iludido ou financeiramente enganado. Vamos lá:
1. Grupo controle (0–10): trata-se de um estudo single-arm (braço único). Ou seja: não houve grupo controle. E assim não é possível discernir o que é efeito da intervenção ou da recuperação espontânea.
Os pesquisadores aplicaram polilaminina em 8 pacientes com "completa" lesão medular aguda (48–72 h) pós-trauma. Essa avaliação foi funcional, e não anatômica. Ou seja, não dá para afirmar que houve perda total da conexão nervosa.
Vale lembrar, e os autores não omitem isso, que na literatura científica está documentado que em torno de 15% a 20% de pacientes nessa condição voltam a ter movimentos de forma espontânea.
É uma recuperação tempo dependente. Não depende de fármaco.
O que os pesquisadores mostraram foi que 6 de 8 pacientes apresentaram retorno de contração motora voluntária já no primeiro mês. Como isso é bem superior à recuperação espontânea esperada (~15 a 20%), eles acreditam que há efeito da polilaminina.
Mas, além do risco de ser algo casual, dado que a amostra é muito pequena, tem o fato de não ter havido cegamento dos envolvidos. Isso aumenta muito o risco de viés de expectativa e de aferição (tudo isso eu ensino no meu livro).
Portanto, a nota nesse quesito é 0.
2. Randomização (0–10): dado o tipo de estudo, não houve randomização. Isso, somado ao não cegamento e ao não segredo de alocação, aumenta muito o viés de seleção. Exemplo: pessoas com perfil de maior chance de recuperação poderiam ser selecionadas para o estudo (conscientemente ou não).
Portanto, a nota nesse quesito é 0.
3. Evidência direta (0–10): parece que o desfecho principal (retorno de contração motora voluntária) é considerado medida ‘direta’ para a questão clínica (lesão medular grave).
Porém, não estou convencido de que seja suficiente. Afinal, 15% a 20% tendem a se recuperar espontaneamente, apesar de receberem diagnóstico de paraplegia ou tetraplegia no pós-trauma agudo.
Edema, compressão, bloqueios de condução, hemorragia, isquemia e choque medular, são alguns fatores que podem mascarar fibras preservadas.
Eu cito em aula um caso de uma moça que ficou tetraplégica após um grave acidente na academia de musculação, e que, com tempo e estímulo, voltou à vida normal. Foram anos, mas voltou! Sem medicamento.
Minha filha tem lesão medular (nasceu com mielomeningocele). Até os 4 anos de vida, só engatinhava. Hoje, com 9 anos, tem marcha quase normal. Não teve medicação. Apenas estímulo motor ao longo dos anos.
Minha nota nesse quesito é 5.
4. Cegagem e segredo de alocação (0–10): foi um estudo aberto. Ou seja, sem segredo de alocação e sem cegamento de avaliadores/analistas.
Semana passada, dei uma palestra onde destaquei, com vários exemplos, o porquê considero o cegamento como um dos itens mais fundamentais da qualidade da evidência. Isso obviamente também está explicado no meu livro.
Portanto, a nota nesse quesito é 0.
5. Consistência do método e dos resultados (0–10): entre os sobreviventes avaliados (6 sobreviventes; 2, infelizmente, morreram) tiveram maior ou menor recuperação motora. Isso sugere consistência. Mas, dada a amostra tão pequena, fico na dúvida do quanto de viés pode ter nessa “consistência”.
Mas darei nota 7.
6. Controle de variáveis de confusão (0–10): o fato de não ter grupo controle, e nem controle robusto de outras variáveis importantes (ex: gravidade da lesão, cuidados concomitantes, comorbidades), me obriga a reduzir a nota.
Portanto, minha nota nesse quesito é 5.
7. Duração (0–10): essa é um pouco mais difícil para eu julgar, pois não sei exatamente qual seria o tempo razoável (não é minha área). Mas, segundo a IA (ChatGPT), para recuperação neurológica, seguimentos mais longos seriam necessários para avaliar a manutenção do efeito.
A IA recomendou nota 3. Vou aceitar, pois não sei julgar melhor aqui.
8. Omissões (0–5): o preprint descreve método e achados, mas, apesar da minha dificuldade com o tópico, senti falta de detalhes relacionados aos critérios completos de inclusão/exclusão (será que não houve seleção dos pacientes?) e controle estrito de cuidados concomitantes.
Mas darei nota 4 (máximo seria 5).
9. Precisão da medida (0–5): ‘retorno de contração voluntária’ claramente é muito relevante, mas não estou convencido de que a forma mensurada (ex.: escala de atividade motora, avaliação por eletromiografia) permita afirmar que houve regeneração de fibras nervosas.
A IA recomendou nota 2. Vou aceitar também, pois eu, no momento, não poderia julgar melhor.
10. Probabilidades de erros (0–5): amostra muito pequena. Nem relataram os tipos de erros. Mas certamente há grande risco de imprecisão estatística. Nem teve análise estatística inferencial.
Darei nota 1.
11.Conflito de interesses (0–5): Aqui temos um problema muito sério. A pesquisadora principal, Tatiana Coelho-Sampaio, é consultora da farmacêutica Cristália, que é a financiadora do estudo.
Em outro artigo da pesquisadora Tatiana Coelho-Sampaio, ela declara que detém participação financeira na ‘Tatiana Sampaio Serviços de Biologia e Pesquisa Científica Eireli’. Ou seja, ela tem uma empresa própria relacionada à pesquisa biológica.
Aqui aproveito para contar uma história: Em 2022, a farmacêutica Cristália, fez um post no seu site com o título: ‘A fábrica de neurônios da Cristália’.
O dono da farmacêutica admitiu na ocasião muito entusiasmo pela polilaminina, e de já ter investido 100 milhões de reais nas pesquisas com isso.
Depois eu volto a isso, mas, sinceramente, essa ‘fábrica de neurônios’ que o post diz, eu não vi em nenhuma pesquisa. Não sei de onde tiraram isso.
A Cristália é uma farmacêutica que faturou alguns bilhões na pandemia, em grande parte inflado pelo ineficaz ‘kit-Covid’, que continha cloroquina e ivermectina.
Me pergunto: um empresário com ~85 anos de vida, que dedica 100 milhões em pesquisas, muito entusiasmado em entregar um “milagre” para o mundo, quão disposto estaria em tentar acelerar os resultados?
Quanto estaria disposto a pagar à empresa da pesquisadora Tatiana para apresentar resultados de interesse?
Importante: são apenas questionamentos. Não estou acusando.
Aliás, como um estudo preprint desses ganhou essa ‘hype’ toda?
A gente sabe que é bem comum propagandas disfarçadas de reportagens. Fico me questionando se essa hype não veio disso: propaganda disfarçada de reportagem.
Enfim, a nota aqui é zero (0), e ficou barato!
12. Perda amostral (0–5): havia 8 incluídos; 2 morreram (relacionados à gravidade da condição). Com a morte desses 2, pode-se ter perdido os casos mais severos. Fica a preocupação do quanto isso enviesou os resultados. Mas essas perdas não foram culpa dos pesquisadores.
Minha nota é 3.
13. Prevenção de outros vieses (0–5): já vimos que a falta de cegamento, de grupo controle, de randomização e potencial conflito de interesse são suficientes para enviesar muito o estudo. Também vejo o risco de uma publicação acelerada numa base preprint, seguida por “reportagens” sobre isso.
Não tenho como dar nota boa aqui. Darei 1.
E aqui devo registrar que o estudo é do tipo série de caso. Ou seja, um estudo que fica na base da pirâmide científica (e isso não é bom), que não permite fazer relação causa-efeito, como aquelas sugeridas pelas manchetes de jornais que destaquei no início.
Portanto, um estudo metodologicamente fraco. Por isso, eu propus, no meu livro, multiplicar a nota da evidência por um fator de 0,7 para esse tipo de delineamento chamado de série de casos (explico tudo no livro).
Com isso, minha nota para o Nível de Evidência ficou em 21,7 (podemos arredondar par 22).
Em resumo: Nível de evidência baixo, com delineamento série de casos, o que não permite afirmar relação causa-efeito. Estudo metodologicamente frágil. Insuficiente para afirmar eficácia com confiança.
Importante: torço verdadeiramente muito para que a polilaminina possa fazer esse “milagre” todo. Seria incrível para a ciência brasileira. Por eu ter uma filha com lesão medular, estou entre os mais interessados. Mas o julgamento que estou fazendo aqui é técnico e científico.
Mas não acabou! Agora vamos rapidamente julgar o grau de recomendação:
1. Tamanho do efeito (0–10): não houve exatamente a apresentação do TE, mas 75% de recuperação de pessoas recuperadas é (se for verdade) muito relevante, em comparação à expectativa histórica, de ≈15% a 20%.
Dou nota máxima (10).
2. Magnitude absoluta do efeito (0–10): se uma única pessoa conseguisse, em virtude desse tratamento, sair de uma condição de enorme incapacidade para uma vida plena, já seria uma grande magnitude.
Então, nota 10.
3. Qualidade da evidência (0–10): como o nível de Evidência foi de 22 pontos, transformamos isso na escala de 10 (22/10 = 2,2).
A nota é 2,2.
4. Relevância (0–10): o problema é indiscutivelmente relevante.
Nota 10.
5. Economia (0–10): o custo e a acessibilidade do tratamento com a polilaminina ainda não dá para saber. A AI diz que a produção e logística podem ser onerosas, porque é um bioproduto derivado de matriz extracelular.
Além disso, quem dedica mais 100 milhões nisso, vai querer retorno financeiro. Creio que não será barato o tratamento.
Darei nota intermediária (nota 5), dada a dificuldade de graduar
6. Tempo (0–10): me parece bem adequado.
Nota: 10.
7. Viabilidade (0–10): precisará obviamente de infraestrutura e médicos especializados. Embora o custo ainda seja uma incógnita, não acredito que seria inviável.
Nota: 8
8. Preferências (0–10): acho muito improvável um paciente com lesão medular grave não desejar o tratamento.
Nota: 10
9. Segurança (0–20): preocupações de segurança foram reportadas no preprint (25% com eventos cardiovasculares/neurológicos/hematológicos; relatos de úlceras de pele; 2 mortes). Mas, dado que não houve grupo controle, não dá para saber quanto disso se deve ou não à polilaminina.
Darei nota intermediária: 10
Somando tudo, minha nota para o grau de recomendação foi de 75,2 (em 100). Isso equivale à classificação ‘alto grau de recomendação’. Foi bem maior que a sugerida pela IA.
Esse valor de ‘grau de recomendação’ é indicativo de que vale a pena continuar as pesquisas sobre a polilaminina. Isso porque a hipotética vantagem supera as desvantagens.
Obviamente, exigem-se estudos mais robustos, principalmente conduzidos por grupos de pesquisas independentes do atual laboratório de pesquisa (que tem conflitos de interesse).
Mas, dado o baixo nível de evidência, é um balde de água fria no nosso entusiasmo. Houve (e ainda está havendo) uma hype exageradíssima.
Suspeito muito de que essa hype foi iniciada com muita grana da farmacêutica.
Vale muito a pena reportar aqui que busquei outros artigos da pesquisadora Tatiana Coelho‐Sampaio, e não vi nenhum outro com evidência direta. Há estudos com células, com cachorros e ratos.
O estudo com cães (A laminin-based therapy for dogs with chronic spinal cord injury: promising results of a longitudinal trial) também teve amostra pequena, não teve grupo controle e os resultados da escala de marcha apresentaram magnitude bem pequena.
O artigo que vi mais sugestivo foi publicado em 2010 (Polylaminin, a polymeric form of laminin, promotes regeneration after spinal cord injury), feito com ratos.
Os resultados foram melhores. Houve até sugestão de alguma regeneração de neurônios. Mas nem esse e nem os outros estudos que acessei mostram a tal ‘fábrica de neurônios’ sugerida pela farmacêutica. Nada a ver!
Não tive tempo de olhar todos os artigos da pesquisadora principal. Vi todos os publicados nos últimos 5 anos, e não vi nada ainda de evidência direta, e nem mesmo resultados pré-clínicos que pudessem motivar tanto entusiasmo.
Posso dizer que essas reportagens dizendo que a ‘polilaminina curou paraplegia’ são, do ponto de vista científico, absolutamente absurdas. E, pior, não vi (pelo menos até agora) os envolvidos corrigirem as reportagens.
E, se você chegou até aqui, é porque se preocupa com prática baseada em evidência. O livro que acabei de lançar (clique aqui ou banner abaixo) vai te ensinar esse passo a passo.
Todos os quesitos apresentados são capítulos densamente explicados no livro. Há muitos exemplos práticos. Então, adquira o seu e aproveite esse conhecimento emancipador.

Então é isso, amiga e amigo... Obrigado por ler até aqui. E se você gostou, compartilhe com colegas e amigos/as ou em suas redes sociais. E quem quiser receber as novas postagens deste Blog, basta clicar aqui para se inscrever na Newsletter.
Lunz, W. Polilaminina: NÃO há Evidência de Cura de Paraplégicos ou Tetraplégicos. Ano: 2025. Link: https://www.wellingtonlunz.com.br/post/polilaminina-nao-cura-paraplegicos-ou-tetraplegicos. [Acessado em __.__.____].

Autor: Wellington Lunz é o proprietário desse Blog e do site www.wellingtonlunz.com.br. Tem se dedicado em transmitir conhecimentos baseados em evidências em diferentes áreas do conhecimento (ex: hipertrofia muscular, treinamento de força, musculação, fisiologia do exercício, flexibilidade). É bacharel e licenciado em Educação Física, Mestre em Ciência da Nutrição e Doutor em Ciências Fisiológicas. Atualmente é Professor Associado na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Contato pelo site ou e-mail: welunz@gmail.com.br
Parabéns pela coragem de emitir uma opinião tão forte contra esse sensacionalismo feito pelas mídias. Ciência precisa ser levada a sério por evidência científica e não sensacionalismo. Existem várias formas de Fake News por aí e essa não deixa de ser mais uma. Como pesquisador fico triste que os próprios autores, que também se julgam cientistas, não reconheceram as limitações de seus estudos e seus achados (super importantes, mas ainda muito preliminares).
Parabéns pela coragem de emitir uma opinião tão forte contra esse sensacionalismo feito pelas mídias. Ciência precisa ser levada a sério por evidência científica e não sensacionalismo. Existem várias formas de Fake News por aí e essa não deixa de ser mais uma. Como pesquisador fico triste que os próprios autores, que também se julgam cientistas, não reconheceram as limitações de seus estudos e seus achados (super importantes, mas ainda muito preliminares).
Está na hora de começarmos a pensar em uma educação científica desse nível nas nossas escolas de ensino fundamental e médio. Um conteúdo desse deveria ser disponibilizado em massa, para educar a tomada de decisão sobre informação científica.