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Fibromialgia: Exercício Físico é a Única Terapia Fortemente Recomendada

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    Blog Prof. Wellington Lunz
  • há 4 dias
  • 4 min de leitura

Resumo: De uma infinidade de tratamentos, o exercício físico (aeróbio e força) é a única terapia com forte recomendação para a fibromialgia, conforme as sólidas diretrizes da European League Against Rheumatism (EULAR). As recomendações são: >20 min de Aeróbio e  >8 reps de exercício de força (baixa intensidade), 2 a 3 vezes por semana.




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Prof. Dr. Wellington Lunz - Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)


Já começo com a conclusão do post: Exercício físico é a única terapia com forte recomendação para o tratamento da fibromialgia.

Farei uma postagem rápida e direta. Algo que ajuda a responder algumas perguntas frequentes, como:

>> “Qual o melhor exercício para fibromialgia?”

>> "Quais exercícios para aliviar dores da fibromialgia?”

>> "Quem tem fibromialgia pode fazer academia?”

>> "Quem tem fibromialgia pode pegar peso?”

>> "Quem tem fibromialgia pode correr?”


O European League Against Rheumatism (Liga Europeia contra o Reumatismo) publicou uma recomendação bastante sólida sobre o assunto. Usaram o sistema GRADE para gerar as recomendações.

Resumidamente, esse sistema responde a duas questões fundamentais:

(1) Essa terapia deve ser ‘recomendada’ ou ‘não deve ser recomendada’?

(2) Qual a força dessa recomendação: fraca ou forte?

Portanto, há 4 resultados possíveis:

>> Recomendação fraca

>> Recomendação forte

>> Não recomendação fraca

>> Não recomendação forte

Essas recomendações não são, obviamente, aleatórias, mas sim dependentes de muitas coisas, como: eficácia, magnitude do efeito, adesão, custos, efeitos colaterais, entre outros.

Não é uma tarefa simples, mas possível e confiável quando feito por especialistas.

E o que mais chama a atenção no documento é que, de uma INFINIDADE de terapias farmacológicas e não farmacológicas, APENAS o exercício físico (aeróbio e força) receberam o status de FORTE RECOMENDAÇÃO.

Outras terapias físicas, como Ioga, Tai Chi, Acupuntura, Hidroterapia, etc., tiveram recomendação fraca... A 'massagem', que eu particularmente acreditava ser interessante, não teve recomendação favorável.

O exercício físico reduz dor de maneira igual ou superior a vários fármacos (igual ou >30%), mas com a vantagem de promover benefícios relacionados as funções físicas e bem-estar geral. Além disso, é barato e seguro.

A propósito, como escrevo mais sobre treinamento de força e hipertrofia, há vários outros posts aqui no meu blog mostrando que o treinamento de força melhora a saúde cardiovascular (veja aqui e aqui), protege contra mortalidade, protege contra a obesidade, entre outras coisas. Alguns desses efeitos estão associados ao aumento da massa muscular.

Mas, voltando a fibromialgia, a RECOMENDAÇÃO é exercício AERÓBIO por ≥20 min, uma vez ao dia (ou 2 vezes ao dia, com ≥10), 2 a 3 dias por semana.

E TREINAMENTO DE FORÇA com ≥ 8 repetições por exercício (ou seja, significa que não é com alta intensidade), 2 a 3 vezes por semana.

Considerando os estudos já publicados (o que pode mudar no futuro), os efeitos do aeróbio e força são similares. Além disso, exercício terrestre e na água parecem igualmente eficazes.

IMPORTANTE: No início, pessoas com fibromialgia podem apresentar prejuízo dos sintomas induzido pelo treinamento. Mas a tendência é que os benefícios surjam com o passar dos dias.

Considerando isso, é IMPORTANTE destacar que não é razoável começar com a infundada fórmula "mágica" de '3 séries de 10 reps'... Vá devagar para compreender melhor as repercussões do exercício de força, de modo a não piorar o quadro!

Já foi constatado que quando a intensidade do exercício é alta, as respostas afetivas tendem a ser mais negativas e influenciadas por fatores interoceptivos (dor, fadiga, acúmulo de lactato), conforme explica a teoria do modelo dual.

Quando a intensidade é baixa ou moderada, a resposta afetiva parece ser mais positiva e influenciada por fatores cognitivos, como a autoeficácia. Veja o post Todo Sedentário é Preguiçoso? para entender bem isso.

Aproveitando que antes citei o sistema GRADE de julgamento, destaco que para navegar bem pelo conhecimento científico, e superar visões fragmentadas e, frequentemente, mal intencionadas, é imperativo que profissionais, estudantes e entusiastas da área da saúde se emancipem quanto ao julgamento de estudos científicos.

O livro oferece um sistema estruturado e didático, com:


Livro Tomada de Decisão Baseada em Evidência
Benefícios: (1) Maior autonomia e competência no julgamento da evidência científica; (2) Maior segurança nas decisões pessoais e profissionais; (3) Maior poder contributivo para equipes multidisciplinares; (4) Maior valorização dos pares, clientes e pacientes. Prof. Dr. Wellington Lunz

Modelo de Julgamento Objetivo: um sistema de notas (0 a 100%) em paralelo a um sistema qualitativo (muito baixo, baixo, moderado, alto e muito alto), que permite julgar a qualidade da evidência objetivamente, mitigando a subjetividade, sem a eliminar os aspectos subjetivos necessários.

Separação Estruturada: o livro oferece um framework claro para avaliar o Nível de Evidência com base em 13 quesitos metodológicos, e o Grau de Recomendação com base em 9 quesitos formais.

Ferramenta Prática (Checklist/Planilha): O conteúdo está associado a uma planilha que orienta no julgamento da qualidade da evidência e na força da recomendação (ainda serve como checklist).

E se quiser ver o uso prático, passo a passo, da aplicação do meu livro, acesse o post: Polilaminina: NÃO há Evidência de Cura de Paraplégicos ou Tetraplégicos

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E se quiser citar esse post, pode ser assim:

Lunz, W. Fibromialgia: Exercício Físico é a Única Terapia Fortemente Recomendada. Ano: 2025. Link: [Acessado em __.__.____].





professor wellington lunz

Autor: Wellington Lunz é o proprietário desse Blog e do site www.wellingtonlunz.com.br. Tem se dedicado em transmitir conhecimentos baseados em evidências em diferentes áreas do conhecimento (ex: hipertrofia muscular, treinamento de força, musculação, fisiologia do exercício, flexibilidade). É bacharel e licenciado em Educação Física, Mestre em Ciência da Nutrição e Doutor em Ciências Fisiológicas. Atualmente é Professor Associado na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).  





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