LIVRO (novo): Tomada de Decisão Baseada em Evidência
- Blog Prof. Wellington Lunz

- 5 de set.
- 7 min de leitura
Atualizado: 29 de out.
Resumo: em tempos de tanta desinformação e falsos “especialistas de redes sociais”, o livro Tomada de Decisão Baseada em Evidência surge como obra indispensável. Ensina a julgar com rigor a qualidade da evidência e o grau de recomendação de artigos científicos. A obra oferece um algoritmo aplicável e uma planilha avaliativa para julgar os 13 critérios associados à qualidade da evidência, os 9 critérios associados ao grau de recomendação, e os 5 critérios (PICOS) para julgar evidências diretas e indiretas. O objetivo do livro é emancipar o leitor para decisões seguras, críticas e fundamentadas, contribuindo, inclusive, para o enfrentamento à má ciência e à desinformação.
Prof. Dr. Wellington Lunz
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
Muito feliz em poder entregar esse livro tão necessário. Um livro que se contrapõe à desinformação massiva.
Para se tomar decisão baseada em evidência, é fundamental julgar corretamente a qualidade da evidência e a força da recomendação de artigos científicos.
Se você é profissional, estudante (graduação ou pós-graduação), aspirante a cientista ou gestor na área da saúde, é isso que você aprenderá plenamente com esse livro.
Escrito num modelo que chamo de livro-aula: linguagem acessível, didático e com muitos exemplos práticos. Tudo sem prescindir do rigor.
Redes sociais têm massificado as desinformações, de modo que a maioria dos usuários já não consegue distinguir o 'real' do 'falso'.
A sensação é de conhecimento censurado e incertezas ampliadas. Vive-se um estado permanente de desconfiança: afinal, o que realmente é verdade?
Isso não apenas gera tensão cognitiva, mas aumenta principalmente a chance de tomada de decisão errada (para si e para outros), que, na área da saúde, frequentemente produz desfechos trágicos.
O atual momento histórico é delicado, porque a ‘estupidez’, que é essencialmente atrevida e orgulhosa, encontrou nas redes sociais uma capilaridade sem precedentes.
Enquanto a busca pela verdade exige uma matriz epistêmica bastante desafiadora (as conclusões ‘parecem ser, e são; parecem ser, mas não são; parecem não ser, e não são; parecem não ser, mas são’), a desinformação não exige qualquer formalidade.
Portanto, nesse nosso tempo de desinformação massiva e de tantos falsos 'experts', distinguir evidências reais das falsas é tanto emancipador quanto vital. E é isso que esse meu livro se propõe a entregar.
Sou autor ou co-autor de 12 capítulos de livro, organizei livro acadêmico-científico, contribuí na produção e escrita de vários conhecimentos publicados na forma de artigos científicos e, há alguns anos, estou escrevendo outro livro (não interprete como propaganda produtivista, pois sou contrário ao produtivismo científico). Mas tive que pausar praticamente tudo que eu estava fazendo para me dedicar a este livro.
Por isso preciso explicar um pouco mais as razões desse livro e de minha satisfação em ter cumprido essa missão:
Tomar decisões baseadas em evidências é um princípio básico de cientistas com boa formação. Mas como exigir o mesmo de não cientistas, que representam a inquestionável maioria das pessoas?
Essa (auto)provocação ganha mais relevo diante da expansão e do livre acesso às redes sociais, o que faz com que estudantes e profissionais das diferentes áreas de conhecimento sejam diariamente inundados com uma infinidade de postagens com qualidade muito duvidosa.
E há outra coisa que aumenta nosso estado de alerta: tem se confirmado a hipótese de que modelos de linguagem de grande escala (inteligências artificiais; IAs), podem causar atrofia e dívida cognitiva (Kosmyna et al., 2025).
Muitas dessas quase ilimitadas postagens nas redes são de autointitulados especialistas (ou ‘influencers'), que frequentemente elaboram conclusões "definitivas" a partir de, quando muito, um único e mal interpretado artigo científico.
Mas como saber se o(s) artigo(s) citado(s) tem boa qualidade metodológica? Como saber se o delineamento permite conclusões do tipo causa-efeito? Como saber se os resultados são (e se devem ser) aplicáveis?
Que garantia temos de que modelos de IA possam substituir um julgamento que frequentemente é particular e situacional? E ainda que pudessem, qual é o custo de terceirizar a cognição?
Embora a base do conhecimento acadêmico dos cursos de graduação seja científica, precisamos reconhecer que muito raramente o método científico é ensinado e praticado dedicadamente nos cursos de graduação.
Em virtude disso, o mais habitual é que os(as) egressos(as) de cursos superiores saibam como aplicar o que aprenderam, mas não estejam suficientemente emancipados para os desafios que exigem tomadas de decisões fundamentadas no conhecimento científico.
Temos também que reconhecer nossa incapacidade histórica de controlar rigorosamente revistas e artigos de má qualidade. Afinal, se todos os artigos e revistas científicas fossem confiáveis, teríamos problemas menores com as redes sociais.
A realidade é que há um volume gigantesco de má ciência e má conduta científica, que não se restringe às pseudociências.
Para confrontar esse atual cenário de tanta informação duvidosa e desinformação (que sempre é intencional), o fundamental é aprender sobre o que qualifica o conhecimento científico e o que legitima a aplicação desse conhecimento.
Existem várias proposições sobre como julgar a qualidade da evidência científica e, em menor número, sobre como julgar o grau ou a força de recomendação.
A maioria dessas proposições se restringe à validade interna (mais associada à qualidade metodológica). Quando a proposta também considera a validade externa (relacionada à generalização dos resultados), geralmente é no sentido de auxiliar cientistas a produzirem diretrizes a partir de muitos artigos temáticos (ex: sistema GRADE). Ou seja, não é para o público ‘não cientista’.
Uma motivação adicional para eu me dedicar vários meses na escrita desse livro é minha percepção de que falta orientação aos que não têm vivência científica (e ninguém é obrigado a ter, exceto os próprios cientistas) sobre como julgar a qualidade e o grau de recomendação de artigos científicos. Sejam artigos citados em redes sociais ou acessados diretamente.
Portanto, o objetivo desse livro é contribuir para qualificar estudantes, profissionais sem formação científica e aspirantes a cientistas a julgarem melhor a qualidade da evidência e o grau de recomendação de artigos científicos originais, para, assim, tomarem melhores decisões.
Uma consequência natural será o desenvolvimento de uma maior capacidade crítica para discernir os conteúdos massivos das redes sociais. Neste livro, você aprenderá a:
1) Identificar os elementos fundamentais da questão do estudo, os quais permitem certificar se a evidência é direta ou indireta. Para essa identificação, utilizamos o acrônimo PICOS [P = participantes; I = intervenção; C = comparação; O = outcome (desfecho); S = study (estudo ou delineamento)] (obs: há variações justificáveis desse modelo, como o PICOT).
2) Aprenderá os 13 principais quesitos que impactam na qualidade da evidência, os quais serão identificados e julgados. A saber: grupo controle; randomização; evidência direta; cegagem e alocação; consistência do método e dos resultados; controle de variáveis de confusão; duração; omissões; precisão da medida; probabilidades de erros; conflito de interesses; perda amostral; prevenção de outros vieses.
3) Aprenderá os 9 principais quesitos que impactam no grau ou força de recomendação, os quais serão identificados e julgados. A saber: tamanho do efeito (considerando seu IC95%); magnitude absoluta do efeito; qualidade da evidência; vantagens/desvantagens (relevância; economia; tempo; segurança; viabilidade; preferências).
Além de conhecimentos complementares, como os critérios de Hill e o quadrante de Pasteur, você ainda terá acesso a uma planilha autoexplicativa e editável (software Excel), que o(a) permitirá dar nota objetiva, com representação gráfica do resultado, associada a uma avaliação qualitativa (muito baixo, baixo, moderado, alto e muito alto).
Essa planilha também será útil como checklist dos quesitos que devem ser julgados.
O conteúdo desse livro, bem como sua planilha, foi rigorosamente fundamentado em várias proposições de amplo uso e reconhecimento científico, com destaque ao GRADE Working Group, a Cochrane, a escala de Jadad, a lista de Delphi, a escala PEDro, ao índice de Oxman e Guyatt e a lista de verificação Downs & Black, com adaptações que consideraram à minha vivência e experiência de quase 25 anos no mundo científico.
Para o âmbito especificamente clínico, a U.S. Preventive Services Task Force e a Oxford Centre for Evidence-Based Medicine (Howick et al., 2011) oferecem ferramentas adicionais, embora eu as tenha usado menos nesse livro.
Saiba mais desse livro na landing page hospedada no meu site: https://www.wellingtonlunz.com.br/livro-tomada-de-decisao-baseada-em-evidencia.

Para ser acessível, me propus a fazer um livro independente de editoras.
Nesses últimos anos, tenho me dedicado mais em fazer a ponte entre cientistas (produtores de conhecimento baseados em fatos da realidade) e profissionais (aplicadores indispensáveis do conhecimento). Esse livro é o resultado de mais um esforço nesse sentido.
Finalizando: adquira o seu (clique aqui para saber mais), pois tenho certeza de que esse livro preencherá eventuais lacunas da formação de base, elevando e emancipando sua capacidade de tomar decisões mais precisas e eficientes. Os principais benefícios são:
(1) Maior autonomia e competência no julgamento da evidência científica.
(2) Maior segurança nas intervenções (pessoais e profissionais).
(3) Maior poder contributivo para equipes multidisciplinares.
(4) Maior poder de enfrentamento aos desinformadores de redes sociais (e de outros ambientes).
(5) Maior reconhecimento dos pares, clientes e pacientes.
A propósito, escrevi um post recentemente mostrando a importância desse meu livro e de como usá-lo na prática: Polilaminina: NÃO há Evidência de Cura de Paraplégicos ou Tetraplégicos.
Vale muito a pena ler para entender como esse livro te ajudará na sua prática de tomada de decisão.
Qualquer dúvida basta fazer contato pelo meu site (https://www.wellingtonlunz.com.br) ou pela própria landing page. Pode ser via formulário de contato ou pelo botão WhatsApp. Esteja à vontade e ótima leitura!

Autor: Prof. Wellington Lunz é professor há mais de 16 anos na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), proprietário desse Blog e do site www.wellingtonlunz.com.br. Tem se dedicado principalmente em transmitir conhecimentos baseados em evidências em nas áreas do conhecimento de suas formações. É Bacharel e Licenciado em Educação Física, Mestre em Ciência da Nutrição e Doutor em Ciências Fisiológicas. Acesse meu Lattes. E-mail: welunz@gmail.com.br






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